ORAI PELA PAZ DE JERUSALÉM

 

 

 

               Qualquer acontecimento que comece a aquecer o infeliz e instável Médio Oriente incita algumas pessoas a interpretá-lo sob a óptica profética. É esta a série de acontecimentos que conduzirá ao regresso de Cristo ?

               Durante os últimos 2.000 anos, os auto-proclamados profetas cristãos têm-se estado a aproveitar dos eventos mundiais para proclamarem as suas interpretações pessoais das profecias. É um extenso registo de orgulho, falsas expectativas e sonhos desfeitos. Pensam que aprenderam da história a estarem prevenidos, e que nós aprendemos a ignorá-los. Pode ser que desta vez tenham razão, ou talvez não. Talvez possa eclodir outra grande guerra e Cristo não tenha vindo.

             “Cuidado”, podem ouvir o que dizem alguns leitores: “Lembra-te do que está escrito em 2 Pedro, capítulo 3”. “Sim, eu sei”. Diz que:

              “Nos últimos dias, hão-de aparecer certas pessoas que viverão de acordo com as suas paixões, e fazendo pouco de vós, eles dirão: “Cristo prometeu voltar. Em que é que ficou essa promessa ? Os nossos pais já morreram e tudo continua na mesma, como desde o princípio do mundo”(v.3-4).

                As profecias estão na Bíblia e significam algo. Muitas delas parecem referir-se especificamente a acontecimentos que conduzirão ao regresso de Cristo. Pelo menos essa é uma forma de as observarmos. Porém não a única.

                Ao tratar de averiguarmos “onde estamos na profecia” devíamos ter sido ensinados, que não podemos sabê-lo até que Deus decida tornar claro o seu significado. Não nos deixemos enganar, nem tão pouco ter medo. O regresso de Jesus virá de repente, inesperadamente, apanhando todos de surpresa.

                 Para os que não estejam preparados parecerá uma catástrofe, e sem dúvida que haverá “ganhadores e perdedores”. Porém os ganhadores não serão aqueles que tenham sido capazes de adivinhar as “mensagens codificadas” da profecia, mas sim os que paciente e diligentemente mostram pelo seu caminho de vida que desejam verdadeiramente a vida do reino de Deus e a sua justiça. Com isto em mente, chamo a atenção sobre o que Jesus disse quando os seus discípulos lhe perguntaram sobre o seu regresso e o fim dos tempos:

               “E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a maldade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele ou aquela que preservar até ao fim será salvo”(Mat.24:11-13).

                 Seja breve ou não, o regresso de Jesus está ainda por se ver, porém não há qualquer dúvida de que estamos a viver um incremento da maldade.

                  Em tais tempos, as tensões aumentam, e a paciência e a tolerância são cada dia mais escassas. Existe uma tendência humana para diabolizar aquele que é diferente, como um suposto inimigo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                  Os atentados terroristas de 11 de Março, levados a cabo por radicais islâmicos, deram origem a que a comunidade islâmica nas nossas sociedades seja considerada por muitos como uma ameaça. Todas as pessoas civilizadas, com ou sem nenhuma crença, repudia o terrorismo. Sentido no nosso meio levanta perguntas difíceis e emoções e reacções fortes. Porém se essas emoções e reacções levam ao ódio e à perseguição de pessoas pacíficas e inocentes, abrem caminho a um mal ainda maior.

                   A nossa oração é que possamos ajudar a reduzir a tensão e a incrementar a tolerância entre os homens e as mulheres de boa vontade.            

                    De qualquer forma desejo que os vendedores de “pânico dos tempos do fim” tenham razão rápida, porque eu gostava de ver o fim do sofrimento e dos repetidos ciclos de guerra e destruição.

                    Delicia-me aquela visão do profeta Isaías que viu Jerusalém não como o epicentro de contenda e luta, mas sim como uma fonte de paz e felicidade (Isa.2-4). Não estou certo do que significa exactamente, ou quando sucederá. Todavia aconteça o que acontecer ou quando quer que seja, é algo que vale a pena aguardar.

                    Entretanto faremos bem, como disse o salmista, em “orar pela paz de Jerusalém”(Sal.122:6), porque quer esteja perto ou não do fim, as pessoas estão a ser assassinadas e feridas, as vidas e propriedades destruídas e há outra geração que está a crescer só com esse aparente e interminável ciclo de temor e miséria.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Original: John Halford, 2007-4, “Orad por la paz de Jerusalén”

Tradução: Manuel Morais, 2007-5